Penso que não há maneira de iniciar o verdadeiro gosto pela música moderna sem começar pelas suas raízes.
Muito certamente, cerca de 90% das músicas alguma vez compostas pela Humanidade duraram poucos meses ou anos a cair no esquecimento. Nos 10% restantes, encontram-se 9% que duraram uma geração. E muito poucos criadores de música têm o brilhantismo necessário para figurar no lote daquele 1% ainda não mencionado, o correspondente à música intemporal, que não se deixa contextualizar pelos sinais do tempo, a música que é eterna e imortal. Desde Mozart que raras excepções se têm conseguido integrar neste restrito grupo, e os Beatles sem dúvida que possuem o seu nome lá inscrito.
A música dos quatro rapazes de Liverpool marcou radicalmente, junto com nomes como The Who ou The Rolling Stones, o início de uma nova era que já tinha começado a ser construída desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A era em que nasceu o Rock, a era em que a juventude se tornou rebelde e independente, a era que assistiu à emancipação da mulher e os movimentos anti-racismo e anti-guerra. Os Beatles foram dos principais representantes de uma "revolução silenciosa" contra os princípios conservadores e contra a mente fechada da geração anterior.
Penso que esta é uma das bandas pela qual vale mesmo a pena remexer nos velhos discos empoeirados dos nossos pais, pois ao ouvir esta música somos levados a uma era que já passou mas cujas marcas ainda estão profundamente cicatrizadas na nossa sociedade. É necessário reflectir hoje sobre o que aconteceu aos ideais defendidos pela juventude dos anos 60, pois nós, jovens do século XXI, em pleno desenvolvimento da tecnologia, assistimos até a uma ausência de ideais pelos quais vale a pena lutar. E isso foi o que imortalizou a música dos Beatles.
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